Dólar fecha em queda e acumula desvalorização de 0,8% em novembro

O dólar à vista fechou o dia em queda em relação ao real, acompanhando a tendência de muitos mercados financeiros. O real figura entre as moedas mais valorizadas do dia, apesar da maior volatilidade nas transações, influenciada pela formação da taxa Ptax no fim do mês e a liquidez abaixo do normal.
A expectativa de um possível corte na taxa de juros pelo Federal Reserve dos Estados Unidos em dezembro tem direcionado os movimentos da moeda. Esta semana, o dólar teve uma desvalorização de 1,22% em relação ao real, enquanto em novembro o recuo acumulado foi de 0,83%.
Ao final das negociações de hoje, o dólar foi cotado a R$ 5,3351, apresentando uma desvalorização de 0,31%. Durante o dia, a moeda americana alcançou um mínimo de R$ 5,3241 e uma máxima de R$ 5,3576. Já o euro comercial sofreu uma queda de 0,25%, sendo cotado a R$ 6,1896, com um retrocesso de 0,46% na semana e 0,17% no mês. Perto das 17h05, o real estava entre as moedas com melhor desempenho, ocupando a quinta posição, atrás apenas do rublo russo, baht tailandês, dólar canadense e coroa norueguesa.
Desde o início do pregão, o dólar já apresentava uma tendência de desvalorização em relação ao real, corrigindo parte do aumento que havia ocorrido no dia anterior. Os operadores de mercado mencionaram a necessidade de ajuste em função do fim do mês, além de uma leve correção em relação ao movimento anterior, quando a liquidez estava bem reduzida. No dia anterior, até as 18h30, as negociações no primeiro contrato futuro totalizaram US$ 5,35 bilhões, enquanto hoje, até as 17h15, já haviam atingido US$ 11,4 bilhões. Entretanto, a expectativa era de um volume maior, já que a liquidez no mercado de câmbio spot também era baixa devido à formação da Ptax.
Esse volume reduzido ajuda a explicar a volatilidade das operações, conforme indicado por Marcos Weigt, diretor de tesouraria do Travelex Bank. Ele esclareceu que em dias de baixa liquidez, operações maiores podem causar grandes oscilações. Weigt também enfatizou que as atenções estão voltadas para o pagamento de lucros e dividendos próximo ao final do ano, mas, por enquanto, o mercado parece estável. O cupom em circulação não alterou significativamente este mês, apresentando apenas uma leve queda.
Na mesma análise, Weigt acredita que é improvável que o Federal Reserve reduza os juros em dezembro, o que pode resultar em um ajuste global no valor do dólar, afetando a taxa de câmbio local. O banco Goldman Sachs comentou que, conforme novos dados da economia americana forem divulgados, um quadro de desaceleração, especialmente no mercado de trabalho, pode facilitar uma política monetária mais flexível e, consequentemente, um dólar mais fraco até o fim do ano.
O banco ING também destacou que seu modelo de análise indica que o dólar está sobrevalorizado em relação à maioria das moedas do G10, sugerindo que há riscos de uma correção para a média histórica.




