Galípolo afirma que mercado de trabalho se mantém aquecido

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou que o mercado de trabalho no Brasil está em um momento positivo. Durante um evento da XP Investimentos, ele mencionou que a taxa de desemprego chegou a 5,4% no trimestre encerrado em outubro, o menor nível desde que o IBGE começou a registrar esses dados, em 2012.
Galípolo apontou que as informações sobre empregos e a atividade econômica indicam a necessidade de um cuidado maior na política monetária. Ele afirmou que a inflação ainda está acima do que é considerado ideal pelo Banco Central, que busca uma meta de 3%. Segundo ele, as expectativas para a inflação não estão se ajustando na medida que o Banco gostaria.
No que diz respeito à taxa Selic, que atualmente está em 15% ao ano, Galípolo ressaltou que o Banco Central tem mantido a posição de que essa taxa deve permanecer alta por um período prolongado. Ele fez um alerta de que essa avaliação não muda a cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), mas leva em conta a situação econômica ao longo do tempo.
O presidente também comentou que o processo de redução da inflação para a meta está ocorrendo de forma lenta, enfatizando a importância de manter uma postura conservadora. O Banco Central adotou a política de juros mais altos em junho deste ano, quando elevou a Selic para 15%. Depois disso, a taxa foi mantida nas reuniões de julho e setembro, com a autarquia avaliando se esse nível seria suficiente para controlar a inflação.
Galípolo também ressaltou que o déficit em transações correntes é um sinal de que a economia brasileira é resiliente. Ele citou o sucesso das vendas da Black Friday, que resultaram em um novo recorde de transações realizadas por meio do sistema de pagamentos Pix.
Por fim, ele comentou sobre a valorização do ouro, que aumentou o valor das reservas internacionais do Brasil. Embora a autarquia não tenha como principal objetivo a valorização dessas reservas, Galípolo afirmou que a prioridade é uma diversificação adequada dos ativos. Ele reiterou que o Banco Central está satisfeito com o sistema de câmbio flutuante e que intervenções são feitas apenas em situações específicas que exijam esse tipo de ação.




