Benin confirma falha em tentativa de golpe militar

Neste domingo, 7 de outubro, um grupo de soldados do Benin, localizado no oeste da África, anunciou que tomou o poder durante uma transmissão na televisão nacional. O ministro do Interior, Alassane Seidou, também se pronunciou na TV, informando que o exército estava sob controle e que um pequeno grupo de soldados tinha tentado desestabilizar o país.
Na TV estatal, pelo menos oito soldados liderados pelo coronel Tigri Pascal declararam que um comitê militar estava agora no comando, com a decisão de dissolver as instituições do país, suspender a Constituição e fechar as fronteiras, tanto aéreas quanto terrestres e marítimas. Em uma declaração, o grupo afirmou que o Exército se compromete a trazer uma nova era ao povo beninense, onde valores como fraternidade, justiça e trabalho seriam priorizados.
Durante a situação, disparos de armas de fogo puderam ser ouvidos em diversos bairros de Cotonou, a capital econômica do país. A embaixada da França, que tem laços históricos com o Benin, informou em seu perfil no Facebook que tiros ocorreram nas proximidades da residência do presidente Patrice Talon, e orientou os cidadãos a permanecerem em casa.
Este evento acontece em um momento crítico, pois o Benin se prepara para as eleições presidenciais marcadas para abril, que devem encerrar o mandato de Talon, que está no poder desde 2016. O governo já havia anunciado o nome do ministro das Finanças, Romuald Wadagni, como candidato, com a expectativa de dar continuidade às reformas econômicas implementadas.
A decisão de Patrice Talon de não disputar um terceiro mandato é considerada incomum na região, onde a pressão sobre as normas democráticas tem aumentado, com poucas exceções de países que mantêm práticas eleitorais regulares. A tentativa de golpe no Benin chega após um aumento de instabilidade em outros países da África Ocidental e Central, com já nove golpes registrados desde 2020.
Antes do pronunciamento do ministro do Interior, o Ministro das Relações Exteriores, Olushegun Adjadi Bakari, declarou à agência Reuters que uma pequena facção do exército havia tentado derrubar o governo, mas que as forças leais a Talon estavam trabalhando para restaurar a ordem. Bakari afirmou que a situação estava sob controle e que a lealdade da maior parte do exército permanecia com o governo. Contudo, os soldados rebeldes conseguiram apenas tomar o controle da TV estatal, cujo sinal foi rapidamente cortado depois.



