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A China se manifestou a respeito da ameaça dos Estados Unidos de impor uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, prevista para ser anunciada na próxima sexta-feira. O país asiático declarou estar disposto a colaborar com nações da América Latina e do Brics, incluindo o Brasil, para proteger o sistema comercial internacional, que deve ter a Organização Mundial do Comércio (OMC) como centro.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, comentou sobre a possibilidade de abrir mais o mercado chinês para produtos brasileiros que atualmente são exportados para os Estados Unidos, como os aviões da Embraer. Ele destacou que a China valoriza a parceria com o Brasil no setor de aviação e em outras áreas, e está disposta a promover essa cooperação seguindo princípios de mercado.
Em relação às negociações entre China e Estados Unidos, que ocorrem em Estocolmo, Suécia, Guo enfatizou a importância do diálogo, que deve ocorrer com base na igualdade, respeito e reciprocidade. Ele acredita que, por meio dessa comunicação, é possível aumentar o entendimento mútuo e evitar mal-entendidos.
Quando questionado sobre a aceitação de um acordo semelhante ao que foi firmado entre Estados Unidos e União Europeia, que não atendeu plenamente às expectativas dos europeus, Guo reafirmou que a China defende que as diferenças econômicas e comerciais devem ser resolvidas por meio de diálogo e consultas em condições de igualdade.
A coletiva de imprensa, realizada na última segunda-feira, foi dominada por questões relacionadas ao comércio. Sobre a decisão dos Estados Unidos de suspender novas medidas de controle de exportação para a China, a fim de facilitar um acordo na Suécia, Guo não confirmou se a China tomou uma medida semelhante.
Ele expressou a esperança de que Estados Unidos e China possam trabalhar juntos para implementar os acordos alcançados em conversas recentes entre os líderes dos dois países. Guo se referiu a um telefonema entre o presidente chinês Xi Jinping e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ocorrido no início de junho, como um exemplo desse entendimento.
