Uma família do País de Gales, composta por Ros Hemmings e sua filha Debbie Adams, alega que a autora Raynor Winn desviou cerca de £64 mil (aproximadamente R$ 410 mil) de sua empresa de imóveis no início dos anos 2000. Em declarações, Ros e Debbie afirmam que confiar em Winn foi seu “maior erro”.
Raynor Winn, conhecida pelo livro “The Salt Path”, que ganhou adaptação para o cinema, é acusada de ter dado informações enganosas sobre sua vida na obra. Após o lançamento de uma investigação pelo “Observer”, surgiram detalhes que levantaram questões sobre sua história pessoal e profissional.
O livro de 2018 narra a experiência de um casal que decide percorrer os 1.014 km do South West Coast Path após perder sua casa devido a um negócio malsucedido. O “Observer” revelou que Raynor, cujo nome verdadeiro é Sally Walker, tomou um empréstimo para pagar um valor que supostamente havia roubado do seu antigo empregador, Martin Hemmings, que faleceu em 2012.
Winn contestou as alegações, afirmando que o relatório era “altamente enganoso”. Em julho, ela emitiu uma declaração reiterando que as circunstâncias que levaram à perda de sua casa não estavam ligadas ao conflito com os Hemmings.
Ros Hemmings destacou que conhecia Martin bem e que a decisão de empregar Raynor foi tomada após uma recomendação, pois ela parecia ter experiência. No entanto, a situação financeira da empresa começou a deteriorar-se rapidamente, levando Ros e Debbie a suspeitar de irregularidades.
Em um dos telefonemas, Martin expressou sua preocupação, afirmando que estava trabalhando muito, mas não havia dinheiro entrando. Mais tarde, descobriram que entre £6 mil a £9 mil estavam desaparecendo das contas. Depois de consultar o gerente do banco, seguiram para a polícia, que indicou que o valor perdido poderia ser mais alto.
Após a descoberta, Winn visitou a família em lágrimas, oferecendo uma compensação de £9 mil, que, segundo ela, representava tudo o que poderia reunir. A família aceitou o valor a conselho da polícia, que advertiu que poderia ser a única quantia recuperada.
Porém, ao revisarem documentos financeiros antigos, descobriram que o montante total desviado era muito maior, totalizando £64 mil. Além disso, receberam uma proposta de um advogado de Londres que incluía o pagamento do valor em falta, que com os honorários legais chegava a £90 mil, mas apenas se não fossem apresentadas acusações criminais contra Winn. Martin, pressionado pela situação financeira da família e pela condição de Winn, assinou o acordo.
Após as recentes afirmações de Winn sobre “erros” em sua carreira, Ros e Debbie decidiram falar publicamente sobre suas experiências. Elas disseram que a situação destruiu a confiança de Martin nas pessoas e gerou um grande embaraço. Ros acrescentou que não leu “The Salt Path” porque não acredita que retrate a verdadeira razão pela qual o casal decidiu caminhar.
A situação se intensificou, pois, apesar de não terem documentação que comprovasse suas alegações, a família conta com o apoio de seus advogados. Ros afirma que falar sobre isso serve para dar voz ao seu falecido marido, já que ele ficou bastante abalado com o ocorrido.
As autoridades locais não confirmaram detalhes sobre o caso de Winn, enquanto seu representante se restrigiu a remeter à declaração de julho, assegurando que sua cliente está grata pelo apoio recebido após as polêmicas.
