Mais de vinte anos após o assassinato de Manfred e Marísia Richthofen, o caso continua a gerar discussões entre especialistas da área criminal. Embora a autoria do crime esteja esclarecida e os responsáveis condenados, o episódio é frequentemente lembrado quando se fala sobre comportamentos violentos em ambientes familiares. Para especialistas, o interesse permanece, não apenas pela gravidade da violência, mas também pela complexidade psicológica da figura de Suzane von Richthofen, filha do casal, considerada a mandante do crime.
Em uma participação no programa “O Povo Quer Saber”, apresentado por Chico Barney, o ex-delegado Jorge Lordello e o perito criminal Ricardo Salada comentaram como a postura de Suzane durante o luto chamou a atenção das autoridades. Segundo eles, a frieza e a indiferença que ela demonstrou publicamente foram os primeiros indícios de que algo estava errado, especialmente nas etapas iniciais da investigação, quando o caso era tratado ainda como um possível latrocínio.
Lordello relembrou um momento específico que ocorreu no velório dos pais de Suzane. Ele observou atentamente a jovem e notou detalhes que o incomodaram. Ele mencionou que ela estava vestida de forma discreta e, embora parecesse estar chorando, não derramou uma única lágrima. Lordello afirmou: “Nunca vi Suzane derramar uma lágrima. Aquilo me chamou a atenção.” Essa falta de demonstração emocional autêntica foi considerada incompatível com a situação dolorosa que ela estava vivendo.
Ricardo Salada complementou a análise, sugerindo que a frieza de Suzane poderia ser vista como um reflexo de um comportamento mais amplo. Ele rejeitou a ideia de que ela fosse uma líder autoritária, preferindo caracterizá-la como uma “pessoa sedutora”. Segundo Salada, Suzane possui uma capacidade notável de influenciar mentalmente as pessoas ao seu redor. Ele afirmou: “Ela pratica o pior tipo de sedução, ela seduz a tua mente.” Essa habilidade de manipular e envolver diferentes pessoas ao longo dos anos contribui para que o caso Richthofen seja um dos mais emblemáticos da história criminal do Brasil.
