Homem agride filha de Fachin com ofensas na UFPR

Na última sexta-feira, 12, a professora e diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Melina Fachin, foi agredida ao deixar a instituição, localizada em Curitiba. Um homem não identificado abordou a professora na rua, ofendendo-a e chamando-a de “lixo comunista”, além de cuspir em seu rosto. Até o momento, a identidade do agressor não foi divulgada.
O marido de Melina, o advogado Marcos Gonçalves, descreveu o ato como “uma agressão covarde”. Ele enfatizou que esse incidente não é um caso isolado, mas parte de uma crescente violência física e política no Brasil, especialmente contra pessoas ligadas a instituições democráticas.
O ataque ocorreu após o cancelamento, pela UFPR, de uma palestra intitulada “Como o STF tem alterado a interpretação constitucional?”, que era organizada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O evento estava previsto para acontecer na terça-feira, 9, na Faculdade de Direito, mas foi suspenso devido a preocupações com a segurança. O cancelamento gerou tensão no campus, resultando em confrontos entre os apoiadores da palestra e estudantes contrários à atividade, que chegaram a ocupar o prédio da faculdade.
O Centro de Estudos da Constituição (CCONS), do qual Melina faz parte, condenou a agressão, afirmando que a violência física e verbal é uma tentativa de intimidação e um reflexo preocupante da intolerância que pode ameaçar a liberdade de expressão nas universidades.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio de sua Comissão Nacional de Direitos Humanos, também expressou seu repúdio à agressão, reiterando que a violência e o silenciamento não têm lugar nas instituições de ensino superior.