No próximo domingo, a Inglaterra e a Espanha se enfrentarão na final do Euro 2025, um confronto que muitos consideravam inevitável. As duas seleções estão vivendo um momento de ascensão no futebol feminino, trazendo novas dinâmicas para a história dessa modalidade.
Historicamente, a Inglaterra tem um desempenho mais consolidado, tendo chegado à final do Campeonato Europeu em 1984 e 2009 e alcançado as semifinais em seus últimos seis torneios. Já a Espanha, apesar de ter conquistado seu primeiro grande troféu um ano depois da Inglaterra, também mostrou força significativa em competições recentes. As Lionesses venceram a Euro em 2022, enquanto as jogadoras de La Roja levaram para casa a Copa do Mundo em 2023. Nos últimos três anos, ambas as seleções demonstraram que possuem elencos e recursos para continuar no topo, mesmo com o crescimento do futebol feminino em outras nações.
Desde a última vez em que se encontraram em uma grande competição, na final da Copa do Mundo de 2023, muita coisa mudou. Naquele dia, a Espanha se destacou, conquistando o troféu com uma atuação sólida que, mesmo com um placar apertado, evidenciou seu domínio. O gol decisivo de Olga Carmona foi um exemplo claro da habilidade e eficiência da equipe espanhola, que conseguiu explorar as fraquezas das inglesas.
As estatísticas mostram que, apesar da vitória da Espanha, as equipes estavam bem próximas em desempenho. Embora a Espanha tenha mantido mais a posse de bola e tenha criado mais chances, a diferença em chutes a gol foi mínima.
Desde aquele confronto, o futebol feminino espanhol passou por profundas mudanças. O incidente envolvendo o então presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, que forçou um beijo na jogadora Jenni Hermoso, gerou um clamor por reformas que já eram pedidas há tempos. As mudanças iniciadas após esse episódio refletem uma evolução no futebol feminino, mas ainda há um longo caminho até atingir a igualdade completa.
Sob o comando de Montse Tomé, a Espanha evoluiu ainda mais em seu estilo de jogo. Jogadoras como Aitana Bonmatí, Alexia Putellas e Patri Guijarro são reconhecidas como algumas das melhores do mundo em suas posições. A volta de Esther González como a atacante principal trouxe uma nova dinâmica ao time, agregando mais eficiência às jogadas, com passes longos de alta qualidade, especialmente de Olga Carmona. Além disso, a inclusão de atletas mais jovens, como Clàudia Pina e Vicky López, demonstra que a seleção está preparada para o futuro.
A Inglaterra também passou por transformações. Sob o comando de Sarina Wiegman, novos talentos estão ganhando espaço na equipe, enquanto jogadoras experientes, como Leah Williamson e Georgia Stanway, continuam a ser fundamentais. A equipe se mostra mais versátil e adaptável, o que se traduz em uma maior profundidade de elenco. A jovem Michelle Agyemang, por exemplo, já marcou três gols em quatro partidas, ressaltando a força da nova geração.
Nos dois confronto entre as equipes após agosto de 2023, cada uma venceu uma vez. A vitória da Inglaterra em fevereiro, na Liga das Nações em Wembley, deu confiança ao time, enquanto o triunfo da Espanha em junho mostrou que ambas as seleções têm capacidade de se superar. O jogo de domingo em Basileia promete ser uma batalha tática envolvente, com dois times que estão no auge de seu potencial. O resultado é incerto, mas a expectativa é alta para o embate entre essas potências do futebol feminino.
