JPMorgan Chase divulgou seus resultados financeiros referentes ao segundo trimestre, superando as expectativas de analistas, principalmente devido a um desempenho melhor do que o previsto nas áreas de trading de títulos e banco de investimento.
Os dados apresentados pela instituição mostram que os lucros por ação atingiram US$ 5,24, enquanto a expectativa era de US$ 4,48. A receita do banco foi de US$ 45,68 bilhões, superando a projeção de US$ 44,06 bilhões. No entanto, é importante destacar que os ganhos do segundo trimestre caíram 17% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando US$ 14,9 bilhões. Essa queda se deve, em parte, à receita de US$ 7,9 bilhões obtida com a venda de ações da Visa no ano passado. Mesmo considerando um benefício fiscal que aumentou os lucros por ação em 28 centavos, a empresa conseguiu superar as expectativas.
A receita sofreu uma queda de 10% em relação ao ano anterior, sendo que essa comparação também é afetada pelo lucro geral relacionado à participação do banco na Visa.
O CEO, Jamie Dimon, destacou a solidez dos resultados do banco e mencionou a capacidade de aumentar os dividendos e realizar recompras de ações. No entanto, ele também alertou sobre riscos associados à política comercial dos EUA, conflitos internacionais e déficits fiscais crescentes. Dimon afirmou que a economia dos Estados Unidos permaneceu forte no último trimestre e que a reforma tributária e a possível desregulamentação são pontos positivos para o futuro econômico. Apesar disso, ele enfatizou que ainda existem riscos significativos, como incertezas em torno de tarifas comerciais e condições geopolíticas.
O desempenho das operações de trading foi impulsionado pela turbulência nos mercados, causada, em parte, pela tentativa do ex-presidente Donald Trump de reestruturar acordos comerciais globais. A receita de trading de títulos cresceu 14%, alcançando US$ 5,7 bilhões, superando as expectativas em cerca de US$ 500 milhões, auxiliada pela movimentação em moedas, taxas e commodities. Já a receita de trading de ações aumentou 15%, atingindo US$ 3,2 bilhões, de acordo com as projeções do mercado.
Na área de banco de investimento, as taxas aumentaram 7%, chegando a US$ 2,5 bilhões, impulsionadas por uma maior atividade em emissão de dívida e serviços de consultoria. O ritmo das atividades de banco de investimento apresentou um crescimento ao longo do trimestre, após um começo mais lento decorrente das incertezas geradas pelas declarações comerciais de Trump.
Os resultados também foram beneficiados por uma provisão de US$ 2,8 bilhões para perdas de crédito, o que se mostrou melhor do que a previsão de US$ 3,14 bilhões feita pelos analistas.
Além disso, o banco revisou para cima suas previsões de receita líquida de juros, agora estimada em cerca de US$ 95,5 bilhões, cerca de US$ 1 bilhão a mais do que a previsão anterior. A receita líquida de juros é uma medida importante da rentabilidade dos bancos, que analisa a diferença entre o que um banco paga por depósitos e o que recebe com investimentos e empréstimos.
Outras instituições financeiras, como Citigroup e Wells Fargo, também superaram as previsões dos analistas em seus resultados. Já os bancos Goldman Sachs, Bank of America e Morgan Stanley devem divulgar seus resultados em breve.
