O fotógrafo britânico Martin Parr, conhecido por suas imagens coloridas que retratavam a vida na Grã-Bretanha, faleceu aos 73 anos. Ele morreu em sua casa em Bristol, conforme informou Jenni Smith, diretora da Martin Parr Foundation. A instituição declarou que Parr será “muito sentido” e que ele deixa sua esposa Susie, sua filha Ellen, uma irmã e um neto, além de pedir privacidade à família nesse momento.
Parr ganhou destaque na década de 1980 com sua obra “The Last Resort”, onde explorou as férias da classe trabalhadora na cidade costeira de New Brighton, em Merseyside. Seus trabalhos eram reconhecidos por capturar os pequenos detalhes do cotidiano de forma divertida, mas também provocativa, levando o público a refletir sobre questões sociais. Ele costumava afirmar que suas fotografias eram sérias, mas apresentadas de maneira divertida. Parr buscava retratar verdades universais, refletindo seu ponto de vista sobre o mundo.
Ao longo de mais de 50 anos, suas fotografias observaram com um olhar atento as rotinas e absurdos da vida britânica, retratando desde cidades litorâneas desoladas até festas em vilarejos e centros comerciais modernos. O uso de cores saturadas em suas imagens lembrava os cartões postais das décadas de 1950 e 1960.
Sua coleção de fotos em New Brighton visava capturar um momento no tempo e provocar uma discussão sobre as percepções de classe social. As imagens mostravam os melhores e piores dias à beira-mar, com desfrute de piqueniques entre o lixo e as instalações precárias que caracterizavam a cidade na época. No entanto, essas fotos geraram controvérsias, especialmente entre pessoas do sul da Inglaterra, que não estavam familiarizadas com a realidade do norte. Parr comentou que muitos viam aqueles lugares de maneira distorcida, como se a aparência do local fosse responsabilidade dele.
Em uma entrevista recente, Parr enfatizou a necessidade de uma sátira como a que suas imagens capturavam, argumentando que a situação mundial era insustentável. Ele acreditava que as pessoas estavam consumindo em excesso, afetando o planeta.
Jonathan Stephenson, colega de Parr em projetos de arte e design, comentou que o fotógrafo faleceu tranquilamente enquanto assistia a um jogo de futebol, descrevendo-o como um amigo leal e firme. Stephenson destacou que era um privilégio e uma fonte constante de inspiração interagir com a visão e a criatividade de Parr, que tinha uma paixão contagiante pela vida cotidiana.
