A União Europeia (UE) está revisando as regulamentações sobre bicicletas elétricas (e-bikes), com mudanças em estudo que podem alterar os limites de potência desses veículos. Em 2024, vários ministérios da UE anunciaram a proposta de revisar as regras atuais, que atualmente limitam a potência dos motores de e-bikes a 250W de potência contínua. Contudo, a potência de pico pode ser significativamente maior, levantando questões sobre a eficácia atual das legislações.
A Alemanha é o maior mercado de e-bikes da UE, com vendas anuais em torno de dois milhões de unidades. Os representantes do setor e-bikes na Alemanha, como a ZIV (Zweirad-Industrie-Verband), estão liderando essas discussões e elaboraram uma lista de propostas para melhorar a regulamentação. Entre as sugestões estão:
– Uma relação de assistência de 1:4 e, possivelmente, 1:6, até uma velocidade máxima de 15 km/h
– Potência máxima de assistência de 750W na roda
– Peso máximo de 250 kg para e-bikes de uma pista
– Peso máximo de 300 kg para e-bikes de várias pistas
Além disso, a ZIV propôs que diferentes condições e parâmetros sejam estabelecidos para bicicletas de carga com mais de 300 kg, devido às suas características específicas.
Essas novas regras visam preservar o status especial das e-bikes como veículos equivalentes às bicicletas tradicionais, enquanto clarificam as definições que determinam essa classificação. A ZIV identificou que existem áreas cinzentas nas regulamentações atuais que podem gerar confusão.
As propostas de aumentar a potência máxima com base na assistência do motor geraram opiniões divergentes. Embora a ideia de um limite de 750W possa parecer um aumento significativo comparado aos 250W atuais, em termos de potência de pico, a situação pode não mudar muito, uma vez que a legislação atual já não especifica a potência máxima.
Essas novas diretrizes podem ajudar a fiscalização e a aplicação da lei a controlar e-bikes com potência excessiva, utilizando ferramentas como dinamômetros para medir potência e velocidade.
No entanto, as propostas não são isentas de críticas. A LEVA-EU, uma entidade de comércio europeu para veículos elétricos leves, argumenta que a definição restrita da ZIV poderia complicar a situação para os consumidores e sufocar a inovação técnica. Além disso, algumas vozes estão pedindo uma abordagem alternativa, que limitaría a velocidade máxima de assistência proporcionalmente à força aplicada nos pedais, o que facilitaria o uso de e-bikes para pessoas com necessidades especiais.
O futuro das regulamentações sobre e-bikes na UE ainda é incerto, e muitos aguardam ansiosamente por um esclarecimento sobre como essas mudanças afetarão o mercado e a mobilidade elétrica. A revisão das leis também poderá abranger uma ampla gama de veículos elétricos, desde scooters até caminhões pesados, o que promete transformar o cenário da mobilidade eletrificada na Europa.
