NYT pede desculpas por foto de criança desnutrida em Gaza –

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O jornal americano The New York Times se manifestou após a divulgação de uma foto de um bebê de aproximadamente 18 meses na Faixa de Gaza, que apresenta desnutrição severa. A imagem, que mostra o menino Mohammed Zakaria al-Mutawaq sendo segurado pela mãe, Hedaya al-Mutawaq, tornou-se um símbolo da crise alimentar na região.
Mohammed e sua mãe foram forçados a deixar sua casa no norte da Gaza devido ao conflito com Israel. A fotografia, que mostra o bebê com ossos visíveis, gerou grande repercussão nas redes sociais. Após críticas, o jornal atualizou a reportagem, informando que o bebê já apresentava uma condição de saúde preexistente que afeta seu desenvolvimento físico.
De acordo com o The New York Times, a saúde do menino tem se deteriorado nos últimos meses. Isso se deve às dificuldades de acesso a medicamentos e alimentos, agravadas pelo bloqueio imposto por Israel. A nota do jornal esclareceu a situação, incluindo dados do hospital onde Mohammed foi atendido.
O jornal reafirmou que muitas crianças na região estão enfrentando desnutrição e fome e destacou o trabalho de seus repórteres, que atuam em condições de risco para mostrar a realidade do conflito.
A imagem de Mohammed também foi utilizada em uma reportagem da BBC, que atualizou seu texto para informar que, apesar de o bebê sofrer de hipotonia, ele havia conseguido aprender a sentar e levantar com a ajuda de fisioterapia. Contudo, a falta de alimentos prejudicou seu desenvolvimento.
A cobertura da situação em Gaza enfrenta desafios, pois jornalistas encontram dificuldades para acessar a região com segurança. Organizações de imprensa como a BBC e outras se uniram para solicitar que Israel permita o livre acesso de profissionais de mídia, ressaltando a situação crítica e o risco que seus colaboradores enfrentam.
Imagens de crianças em estado grave e de pais desesperados em busca de comida têm circulado amplamente, aumentando a pressão sobre o governo israelense. Em resposta à crise humanitária, o governo de Israel anunciou a flexibilização de algumas restrições à distribuição de alimentos no território.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, negou as acusações de que a população de Gaza está passando por fome e afirmou que não existe uma política de fome na região. Ele também acusou o Hamas de desvio de ajuda humanitária, uma alegação que o grupo nega. Um relatório de uma agência americana de ajuda não encontrou evidências de roubo sistemático de alimentos pelo Hamas.
O governo israelense também publicou uma imagem de um homem que, segundo afirmaram, não morreu de fome, mas de complicações de saúde. Porém, as informações sobre o número total de mortes por desnutrição permanecem incertas e são contestadas. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciou que dezenas de pessoas faleceram devido à desnutrição nas últimas semanas, incluindo 85 crianças, desde o início do conflito.