História curta e prática sobre a origem do movimento de câmera que mudou o cinema, explicando quem inventou o travellng shot e em que filme foi usado primeiro.
Quem inventou o travellng shot e em que filme foi usado primeiro é uma pergunta que aparece sempre entre apaixonados por cinema e profissionais de imagem. A ideia de mover a câmera para acompanhar a ação é simples, mas a sua adoção revolucionou a linguagem cinematográfica. Neste texto eu vou explicar as primeiras tentativas, apontar o filme que recebe a maior parte do crédito e mostrar como a técnica evoluiu até os longos planos-sequência que você conhece hoje.
O que é exatamente um travelling shot?
Travelling shot é um termo que indica qualquer tomada em que a câmera se desloca no espaço para acompanhar ou revelar a ação. Em português também usamos “travelling”, “tracking” ou, em alguns contextos, “dolly”.
O objetivo é dar dinamismo, guiar o olhar do espectador e criar uma sensação de continuidade no movimento. Pode ser uma aproximação, um afastamento, ou um percurso lateral acompanhando personagens.
Quem inventou o travellng shot e em que filme foi usado primeiro
A resposta curta é que não existe um único inventor, mas um marco histórico costuma receber crédito: o filme italiano Cabiria (1914), dirigido por Giovanni Pastrone. Em Cabiria foram usadas estruturas sobre trilhos para deslocar a câmera e realizar movimentos amplos que antes eram raros.
Cabiria não foi a primeira experiência isolada com movimento, mas foi um dos primeiros filmes a integrar o movimento de câmera como recurso narrativo consistente. A câmera sobre trilhos, chamada de carrello em algumas descrições da época, permitiu tomadas mais longas e mais fluídas.
Por que Cabiria é considerado o primeiro marco?
Cabiria trouxe várias inovações técnicas e de cenografia que exigiam movimento de câmera para mostrar a escala das cenas. O uso de plataformas e trilhos para mover a câmera foi documentado e influenciou cineastas em outros países.
Depois de Cabiria, diretores e cinegrafistas na Europa e nos EUA passaram a explorar o recurso com mais frequência, abrindo caminho para técnicas como a “unchained camera” dos anos 1920.
Como a técnica evoluiu depois desse primeiro uso
Nos anos 1920 e 1930 o movimento da câmera ganhou novas formas e mais liberdade. Um exemplo famoso é O Último dos Homens (The Last Laugh, 1924), associado ao uso da câmera “desacorrentada”, onde o deslocamento deixa de ser apenas sobre trilhos fixos e passa a explorar movimentos mais livres.
Mais tarde, diretores como Orson Welles e Alfred Hitchcock ampliaram o uso do travelling shot, e, nas décadas seguintes, a combinação com gruas, steadycams e rigs eletrônicos tornou o recurso ainda mais versátil.
Exemplos famosos que mostram a evolução
Abertura de Risco Total e cenas de perseguição em filmes modernos usam travelling para intensificar a narrativa. Alguns exemplos que ajudam a entender a progressão:
- Cabiria (1914): uso de trilhos e plataformas para tomadas amplas e móveis.
- The Last Laugh (1924): experimentos com câmera livre e movimento contínuo.
- Touch of Evil (1958): abertura em tracking shot que acompanha uma cena inteira sem cortes visíveis.
- Goodfellas (1990): tracking pela boate que segue personagens por diversos ambientes.
Como fazer um travelling shot hoje: passo a passo prático
Se você quer experimentar um travelling shot, não precisa de equipamentos caros para começar. Abaixo está um guia prático para fazer um tracking simples com segurança e controle.
- Planejamento: defina o trajeto da câmera e a ação que ela deve acompanhar.
- Escolha do equipamento: use um slider, dolly, steadicam ou mesmo um carrinho improvisado para movimentos suaves.
- Repetições: faça ensaios com os atores e ajuste a velocidade do movimento.
- Foco: combine com o assistente de foco para fazer o puxador manter nitidez durante o deslocamento.
- Iluminação: marque a luz para que não haja variações abruptas quando a câmera se mover.
- Segurança: verifique o piso e o trajeto para evitar tropeços e vibrações indesejadas.
- Backup: grave várias tomadas para ter opções de corte e correção na pós-produção.
Dicas práticas para quem grava com smartphone
Mesmo com um celular você consegue um travelling convincente. Use um gimbal para estabilizar, marque o caminho no chão e ensaie a velocidade. Pequenas mudanças na altura e no ritmo do movimento fazem muita diferença na sensação final.
Se não tiver gimbal, um slider caseiro em superfícies lisas e um apoio firme já ajudam muito. Grave em resolução alta e com taxa de quadros adequada para permitir retoques na edição.
O impacto narrativo do travelling shot
O travelling shot funciona tanto para revelar informação quanto para criar intimidade com personagens. Um movimento longo pode aumentar a tensão, enquanto uma aproximação constante pode deixar o público mais próximo do protagonista.
Quando bem usado, o travelling dá ritmo à cena sem depender apenas de cortes. É por isso que cineastas desde Cabiria têm explorado o recurso como ferramenta de linguagem.
Profissionais que trabalham com produção ao vivo e fluxos de vídeo também testam movimentos e sincronização de câmera com sistemas de transmissão, e muitos recorrem a ferramentas para checar estabilidade e qualidade, como um teste IPTV quando integram imagens a plataformas de streaming.
Conclusão
Em resumo, não existe uma única pessoa que “inventou” o travelling, mas o filme Cabiria (1914) de Giovanni Pastrone é frequentemente citado como o primeiro uso sistemático de câmera sobre trilhos. A técnica evoluiu com a câmera livre em obras como The Last Laugh e depois se popularizou em clássicos do cinema.
Se você quiser praticar a técnica hoje, planeje o trajeto, escolha o equipamento adequado e ensaie bastante. Lembre-se: Quem inventou o travellng shot e em que filme foi usado primeiro ajuda a entender as raízes dessa ferramenta para que você possa aplicá-la com propósito. Experimente as dicas agora e faça seu próprio travelling.
