O CEO da Tesla, Elon Musk, anunciou recentemente uma queda de 16% na receita automotiva da empresa, refletindo vendas em declínio por dois trimestres consecutivos. O resultado não atingiu as expectativas de analistas, que previam uma receita maior.
Nos últimos dados financeiros, a Tesla registrou um lucro por ação ajustado de 40 centavos, ligeiramente abaixo dos 43 centavos esperados, e uma receita total de 22,5 bilhões de dólares, quando o esperado era de 22,74 bilhões. Após essas declarações, as ações da empresa caíram mais de 4% nas negociações pós-mercado. Musk e o diretor financeiro, Vaibhav Taneja, comentaram sobre o impacto de custos de tarifas mais altos e a expiração de créditos fiscais federais para veículos elétricos.
A receita proveniente da venda de veículos da Tesla ficou em 16,7 bilhões de dólares no segundo trimestre, uma diminuição em relação aos 19,9 bilhões do mesmo período do ano anterior. Um fator que contribuiu para essa queda foi a redução na receita gerada pela venda de créditos regulatórios, que caiu para 439 milhões de dólares, comparado a 890 milhões de dólares do ano passado.
Em julho, a Tesla informou uma queda de 14% nas entregas de veículos em relação ao ano passado, totalizando 384 mil unidades no segundo trimestre. Esse número é um indicativo do desempenho de vendas, embora a empresa não forneça definições exatas sobre o que considera como entregas.
A queda nas vendas pode estar relacionada a um descontentamento do público com as ações de Musk, que investiu recursos pesados para apoiar a reeleição do ex-presidente Donald Trump e endossou partidos de extrema direita na Alemanha, o que gerou um backlash tanto nos EUA quanto na Europa. Desde o início do ano, as ações da Tesla desvalorizaram cerca de 18%, sendo a maior perda entre as grandes empresas de tecnologia.
As declarações de Taneja durante a chamada de resultados indicaram que a recente legislação aprovada pelo Congresso pode impactar negativamente os negócios da Tesla. Essa lei prevê o término do crédito fiscal federal de 7.500 dólares para veículos elétricos no final de setembro. De acordo com Taneja, a empresa estará enfrentando dificuldades de entrega devido às mudanças abruptas, e muitos pedidos realizados após agosto podem não ser cumpridos conforme o esperado.
O lucro líquido da Tesla caiu para 1,17 bilhão de dólares, ou 33 centavos por ação, no segundo trimestre, comparado a 1,4 bilhão de dólares, ou 40 centavos por ação, no ano anterior. A empresa anunciou que começou a produzir um modelo mais acessível em junho, com a produção em larga escala prevista para o segundo semestre de 2025.
Enquanto isso, outros fabricantes de automóveis estão introduzindo uma gama mais ampla de veículos, e concorrentes chineses estão oferecendo carros elétricos acessíveis com recursos avançados de direção autônoma como padrão, ao invés de opcionais.
Musk tem direcionado o foco de investidores e fãs para o futuro da Tesla, que ele imagina repleto de robôs com funções diversas, como o serviço de robotáxis e robôs humanoides. Recentemente, a Tesla iniciou testes de um serviço de robotáxi em Austin, Texas, com um valet humano disponível, mas por enquanto, esse serviço é acessível apenas a um grupo seleto.
A empresa continuou a expandir sua infraestrutura de recarga, com um aumento de 17% no lucro bruto proveniente de seus serviços, que inclui as estações de recarga para veículos elétricos. A Tesla agora conta com 7.377 estações de Supercharger e a empresa disse ter adicionado mais de 2.900 novas estações em um ano.
Finalmente, os ativos digitais da Tesla foram avaliados em 1,24 bilhão de dólares, mostrando um aumento significativo em relação ao ano passado.
