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Rússia alega que Ucrânia atacou residência de Putin; Ucrânia nega

A Rússia informou, nesta segunda-feira, que a Ucrânia teria atacado uma das residências oficiais do presidente Vladimir Putin com 91 drones. Segundo o Kremlin, o ataque aconteceu logo após uma reunião entre o presidente ucraniano Volodimir Zelenski e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que discutiram um possível acordo para encerrar a invasão russa na Ucrânia.

O presidente Zelenski negou a responsabilidade pelo ataque e alertou que a Rússia poderia usar o incidente como justificativa para bombardear edifícios do governo em Kiev. Observadores militares apontam que bombardeiros russos Tu-22 estão sendo preparados com mísseis de cruzeiro para possíveis represálias.

O chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou em uma entrevista que a maioria dos drones foi derrubada na região de Novgorod, perto de São Petersburgo, a aproximadamente 600 quilômetros da fronteira com a Ucrânia. Ele acrescentou que nenhum dano foi registrado.

Lavrov também prometeu uma retaliação “severa” e indicou que o episódio pode afetar a posição da Rússia nas negociações de paz mediadas pelos Estados Unidos, que até agora não apresentaram avanços significativos. Putin entrou em contato com Trump e informou sobre o ataque, o que segundo seu assessor, Iuri Uchakov, causou surpresa ao americano. A Casa Branca confirmou apenas a ligação.

Em resposta às provocações, Lavrov mencionou a possibilidade de críticas e a alegação ucraniana de que o ataque seria uma “falsa bandeira”, ou seja, uma ação fabricada para incriminar o oponente. Zelenski afirmou que o ataque é um “pretexto” para a Rússia evitar ações concretas que terminem a guerra.

A residência mencionada pela Rússia é um complexo que inclui três dachas, os tradicionais chalés de veraneio muito comuns entre a elite russa. Situado na região de Valdai, conhecido por sua vegetação densa, o local é um dos preferidos de Putin e possui capacidade para acomodar até 320 pessoas. Embora Putin tenha várias propriedades pelo país, ele costuma ficar em Moscou, especialmente quando está liderando reuniões com os principais generais, que lhe relatam a situação da guerra.

Recentemente, Putin expressou desejo de intensificar as ofensivas para capturar a capital homônima da província de Zaporíjiia, uma das quatro áreas anexadas ilegalmente pela Rússia em 2022. Durante uma cúpula anterior, discutiu-se se Putin estaria satisfeito com os 75% do território que já controla. O foco das discussões anteriores estava na região de Donetsk, onde forças russas dominam 80% da área, enquanto Zelenski insiste em manter os 20% restantes.

Esse não é o primeiro ataque direcionado a propriedades associadas a Putin. Em 2022, dois drones explodiram sobre o Kremlin, um evento que foi amplamente noticiado e repercutiu como um ato de terrorismo. Apesar de muitas ações contra Moscou e sua liderança, as forças russas ainda não tentaram um ataque direto para eliminar Zelenski.

O incidente atual pode complicar ainda mais as já difíceis negociações de paz. Zelenski destacou que ainda há questões territoriais a serem resolvidas, mas também anunciou que Trump prometeu garantias de segurança contra novas ações russas por um período de 15 anos, embora não tenha dado detalhes sobre como isso seria realizado.

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