Samba do Chester: tradição cultural no Guará no dia 25

No Brasil, a noite de 24 de dezembro é marcada por celeuma familiar, onde muitos se reúnem para a ceia de Natal, celebrando a data com tradição, troca de presentes e diversos costumes. No dia seguinte, alguns continuam as festividades, aproveitando as sobras da ceia ou visitando parentes. Em meio a essa celebração, surge a proposta de uma atividade descontraída, repleta de música e comemorações, que é o Samba do Chester, também conhecido como Estação do Samba.
Criado em 2015, o Samba do Chester é um evento anual que acontece no dia 25 de dezembro, na Estação do Metrô do Guará, em Brasília. O intuito é oferecer uma alternativa de lazer e confraternização para aqueles que permanecem na cidade durante as festividades de fim de ano. Segundo um dos organizadores, Guilherme di Britto, a ideia surgiu de forma espontânea entre um grupo de amigos apaixonados pela música. Com o passar dos anos, o evento cresceu e se destacou como uma das principais celebrações natalinas da região.
O coletivo organizador é composto por cinco amigos — Jeferson Oliveira Carvalho (Feijão), Isaack Souza, Edmar Bitencourt, Danilo Avellar e Guilherme di Britto — que se empenham em manter viva a essência do evento, que é marcada pela descontração e pelo espírito de união. Guilherme compartilha que o Samba do Chester começou pequeno, reunindo pessoas que amam o samba e o pagode, e que não tinham outras opções para o dia de Natal. Com o tempo, a festa consolidou sua identidade e atrai um público crescente.
O nome “Samba do Chester” faz referência à ceia natalina. A tradição de levar pedacinhos de chester, frango e bebidas começou em 2017, quando participantes começaram a compartilhar o que trouxeram com os músicos que animam o evento. O samba ocorre de forma aberta, sem programação definida, permitindo que músicos de diferentes grupos de Brasília se apresentem espontaneamente. Muitos deles são amigos da cena musical local, que usam o dia 25, frequentemente livre, para se reunir e tocar juntos.
O evento é autossustentável e não depende de patrocinadores. A participação é livre, e o público é incentivado a levar bebidas, alimentos, ou até oferecer o famoso chester para dividir. Além disso, ambulantes são bem-vindos, reforçando o caráter comunitário da celebração.
Thiago Paiva, de 37 anos, é morador do Guará e frequenta o Samba do Chester desde a primeira edição. Ele destaca que o evento já faz parte de sua história, e que ele e sua família sempre aguardam a ocasião com expectativa. Thiago menciona que muitos vêm de bairros vizinhos, como Cruzeiro e Sudoeste, para participar, e que o evento está se tornando cada vez mais popular.
O casal Thiago Benatti e Cátia Szepaniuk também é presença constante no evento. Eles se envolvem nas festividades desde que começaram a perceber a movimentação na área no dia 25. Cátia comenta que a celebração é uma oportunidade para confraternizar e fechar o ano de maneira especial.
Ingrid Gabriela Freire, outra frequentadora, optou por levar sua família para o Samba do Chester. Acompanhada de seu filho de 4 anos, Heitor, Ingrid fala sobre a importância de reunir diferentes gerações na atividade. O convite partiu de sua avó, que também é moradora da região. Para Ingrid, a festa é um espaço divertido para as crianças, além de ser acolhedora para todos.
Dessa forma, o Samba do Chester se estabelece não apenas como um evento musical, mas como uma verdadeira celebração comunitária que une amigos e famílias em um dia especial.




