UBS BB projeta 2T25 fraco, mas mercado já ajusta preços –

As ações da Usiminas (USIM5) sofreram uma queda de cerca de 25% até agora em 2025, destacando um desempenho abaixo da média do setor de materiais básicos. Em contraste, o setor siderúrgico teve uma queda de 5 a 10%, enquanto as mineradoras estão apresentando um crescimento de 6 a 7%.
Analistas do UBS BB observaram que a maior parte da desvalorização das ações da Usiminas ocorreu nos últimos meses, com uma queda de 23% nesse período. Essa diminuição está ligada a expectativas menos otimistas em relação aos resultados financeiros do segundo trimestre de 2025, que os analistas consideram justificáveis.
Para o segundo trimestre, os especialistas projetam que a Usiminas reportará um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 533 milhões, o que representa uma queda acentuada de 27% em relação ao trimestre anterior.
Apesar do cenário negativo, os analistas destacam que as expectativas já foram ajustadas e podem ter atingido seu nível mais baixo. Eles acreditam que as ações da empresa estão refletindo um EBITDA de aproximadamente R$ 2 bilhões para 2025, o que sugere uma previsão de queda nos lucros considerada exagerada. Além disso, suas análises indicam uma alta probabilidade de redução nos custos antes que os preços de venda caiam no terceiro trimestre. Isso gera um potencial de alta para os lucros no segundo semestre do ano, risco que ainda não está incorporado nos preços das ações.
Os especialistas afirmam que o pior cenário já pode estar precificado nos níveis atuais das ações, especialmente considerando o alto número de posições vendidas. Portanto, com a recente correção de preços, acreditam que os riscos estão mais inclinados para o lado positivo. No momento, a recomendação para os papéis é neutra, com um preço-alvo de R$ 7. Na manhã de terça-feira (22), as ações estavam em alta de 4,49%, cotadas a R$ 4,19, influenciadas pelo aumento do preço do minério.
Os analistas também ressaltam que a Usiminas enfrentou vários desafios nos últimos 15 anos, resultando em uma negociação das ações a aproximadamente 0,3 vez o seu valor patrimonial.
Agora, sob a gestão da Ternium, considerada uma das melhores operadoras de aço da América Latina, há otimismo sobre a Usiminas, mesmo que o caminho à frente possa ser complicado. Os analistas veem potencial para que a empresa aumente suas margens para níveis normais de cerca de 15% no longo prazo, em comparação com menos de 10% atualmente. No entanto, a incerteza quanto a diversos fatores importantes para 2025 leva os analistas a manterem uma recomendação cautelosa.