O cineasta premiado Walter Salles, conhecido por seus trabalhos reconhecidos como “Central do Brasil” e “Ainda Estou Aqui”, se manifestou a favor da taxação das grandes fortunas durante uma cerimônia de premiação no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Salles, que também é herdeiro de uma das maiores fortunas do Brasil, com estimativas em torno de 25 bilhões de reais, recebeu o prêmio de Personalidade do Ano e fez um apelo pela justiça social em seu discurso.
Em sua fala, Salles destacou a importância de corrigir as desigualdades do sistema tributário atual, que, segundo ele, penaliza quem ganha menos. Ele mencionou a intervenção de Bernard Appy, que também estava presente, ressaltando a oportunidade de construir um país mais justo e igualitário. O cineasta expressou seu apoio à tributação progressiva e à necessidade de uma reforma que promova uma “democracia com justiça tributária”.
Esse posicionamento de Salles acontece em um momento crucial, pois o governo do presidente Lula está buscando apoio no Congresso para implementar uma reforma tributária. A proposta do governo visa aliviar a carga fiscal sobre os contribuintes de baixa renda. O plano inclui isentar do Imposto de Renda (IR) cerca de 15 milhões de pessoas que ganham até 5 mil reais por mês. Para compensar a perda de receita, estimada em 25 bilhões de reais, a proposta sugere a criação de um imposto mínimo de 10% sobre aqueles com renda superior a 1 milhão de reais por ano.
O discurso de Salles e a proposta do governo refletem um debate mais amplo sobre a equidade fiscal no Brasil e a necessidade de reformas que busquem equilibrar as responsabilidades tributárias entre diferentes faixas de renda.
