Skydance Media busca a aprovação da Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos, presidida por Donald Trump, para concluir a aquisição da Paramount Global. Como parte dessa negociação, a empresa se comprometeu a combater o que considera “viés” nas reportagens da CBS News.
Em cartas apresentadas na FCC, a Skydance se comprometeu a realizar uma revisão abrangente da CBS após a fusão, incluindo a instalação de um ombudsman. Essa pessoa será responsável por avaliar reclamações de viés e outras preocupações na emissora, com os resultados sendo reportados ao novo presidente da Paramount.
Além disso, a Skydance anunciou que eliminará as práticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) da Paramount assim que assumir o controle. A empresa informou que não possui e não implementará nenhum programa de DEI.
Essas iniciativas refletem o desejo do CEO da Skydance, David Ellison, de acelerar a fusão com a Paramount, acordo que foi inicialmente anunciado em julho de 2024. Ellison, que é filho do bilionário Larry Ellison, cofundador da Oracle, foi visto em várias ocasiões com Trump durante eventos de UFC.
Recentemente, a Paramount concordou em pagar 16 milhões de dólares para resolver um processo movido por Trump. Essa ação judicial teve origem em uma entrevista do programa “60 Minutes” com a então vice-presidenta Kamala Harris. A aceitação do pagamento gerou críticas, com alguns chamando a quantia de “suborno”, devido ao poder que Trump tem sobre a fusão proposta. Porém, a Paramount afirmou que o processo é separado da negociação com a Skydance e do processo de aprovação na FCC.
Brendan Carr, presidente da FCC e leal a Trump, também afirmou que a análise da fusão é uma questão separada, mesmo após já ter mencionado que o caso do “60 Minutes” poderia surgir durante a revisão.
Menos de duas semanas após o acordo de pagamento, Ellison se reuniu com Carr e outros funcionários da FCC. Essas reuniões ocorreram em meio a rumores de que a Skydance teria feito um “acordo paralelo” com Trump, envolvendo mais 15 milhões de dólares em tempo de televisão para promover causas alinhadas ao ex-presidente.
Na primeira carta enviada à FCC, a advogada geral da Skydance, Stephanie Kyoko McKinnon, prometeu uma “revisão abrangente” da CBS, destacando que a rede deve operar em favor do interesse público. Ela também garantiu que a Skydance faria as mudanças necessárias para garantir a conformidade com as regulações e a diversidade de pontos de vista.
McKinnon assegurou que, após a conclusão da fusão, a nova gestão da Paramount se comprometerá a oferecer uma programação de notícias e entretenimento com uma diversidade de opiniões, refletindo as diversas perspectivas do público. Ela prometeu a instalação de um ombudsman por um período mínimo de dois anos.
Esse compromisso visa atender ao sentimento do movimento MAGA e de Trump, que acredita que veículos de comunicação como a CBS tendem a ser tendenciosos contra visões conservadoras. Por outro lado, a eliminação das políticas de DEI se alinha à agenda conservadora de Trump, que nos últimos meses tem agido para reverter tais políticas através de ameaças de investigações a empresas que as mantêm.
No momento, a Paramount e a Skydance não comentaram sobre a situação.
